sábado, 31 de julho de 2010

Leitura >>> uma paixão

De quando em quando nossa natureza é por demais inquieta >>> uma sede insaciável nos absorve com intensa paixão afetivaintelectual >>> devoramos livros como se estivéssemos num banquete celestial ou em Passárgada. Estou há dias lendo e degustando vários livros ao mesmo tempo, e cabe espaço; cada obra exige de mim plena atenção e minuciosa reflexão contida nas frases. Longo é o silêncio que separa as palavras >>> Pre-socráticos de Giovanni Reale, Psicologia e Alquimia de C.G. Jung, Alquimia - receitas de Nostradamus, catálogo Mutações – a Inversão das Crenças que Adauto Novaes, carinhosamente, me deu para ir me interando do ciclo de conferências que se iniciam dia 9 de agosto na ABL, História da Astrologia de Kocku Von Stuckrad e Encontros / Cildo Meireles – organização de Felipe Scovino.
Cada livro é amado em seu momento certo, por vezes acompanhado de uma boa taça de vinho tinto. Internet não substitui nosso prazer da leitura dos livros e o manusear as folhas de papel.
A noite convida à oração; livros me tocam no sagrado.
Doçuras do agora.
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domingo, 25 de julho de 2010

Bonganvilea




Bonganvilea - PrimaveraNomes populares: Primavera, bonganvílea, três-marias. Família: Nyctaginaceae

Passeio em Teresópolis !
Bonganvilea - esta belíssima planta brasileira é cultivada normalmente para ornamentar arcos de entrada das casas, sítios, sendo conduzida como uma trepadeira. É escolhida por ser bastante conhecida, por ser abundantemente florida na primavera e no outono, assim como por ter uma história curiosa sobre a sua descoberta, pelo nome que recebeu. Os nomes das plantas geralmente são atribuídos a quem as descobriu, pode ser também para lembrar aspectos da morfologia ou da distribuição geográfica das espécies.
Louis Antoine de Bougainville foi quem primeiro a coletou, almirante francês, que navegou em volta do mundo entre 1767 e 1769. A história conta que ele era um pirata francês, segundo a lenda, e teria se encantado com esta graciosa planta das serras do estado do Rio de Janeiro. Coletou alguns exemplares e as levou para a Europa. Ofertando-as ao Rei Luís XIV. Desta forma acabou sendo difundidas pelo cultivo por todo mundo. No Museu de Paris encontra amostras destas plantas ali depositadas como a primeira referência formal a esta planta do Brasil. Bonganville foi homenageado pela descoberta e seu nome latinizado:
bouganville.De todas as trepadeiras é sem dúvida uma das mais cultivadas nos jardins tropicais do mundo inteiro e nos países frios, em pequenos vasos. Na natureza ela pode ser encontrada como uma árvore de grande porte.

--- postagem. martha pires ferreira
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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Provérbios

Três coisas que jamais voltam:
a flecha lançada
a palavra dita
e a oportunidade perdida.
(prov.Tibetano)
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Não perca tempo falando
com nenhum insensato,
porque ele vai desprezar
suas palavras sábias.
( prov.Salomão,23-9)
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Não se glorie do amanhã,
porque você não sabe
o que o dia de hoje vai gerar
(prov.Salomão,27-1)
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domingo, 11 de julho de 2010

Mistério insondável!

A impermanência da existência nos surpreende sempre.
A irmã morte veio, novamente, fazer-se presente. Perdi meu amigo F.J.B. e agora sua irmã, nem faz 15 dias, E.B.L. se despede da vida terrena - outra amizade de 1º grau. Ficam em nossos corações as pessoas que fazem parte das nossas vidas; aqueles amigos/as que por anos acompanharam nossas histórias pessoais.
Não tem como não se voltar à juventude; entre meus 15 e 22 anos em que juntos, um belo grupo de amigos/as, comungávamos dos mesmos interesses; conversas, festas, danças, música, cinema, passeios, viagens, afetos, alegrias e tristezas, e desenhávamos felizes projetos de futuro >>> cada um seguiu sua via em buscas plurais. A ida/ausência de um parente querido ou de uma grande amizade nos coloca em interrogações profundas. Silêncio diante do mistério insondável, nossa irmã, a morte - parafraseando Francisco de Assis.
A nossa vida em sua totalidade é que define quem somos e nosso destino futuro; não este ou aquele ato pessoal. A decisão fundamental e implacável de nossa existência se realiza na morte, quando poderemos dizer um Sim definitivo diante de Deus ou um não último.
Diante dos desígnios do Criador da Vida deveríamos nos calar. A morte física é o fim de nossa vida terrena, mas lugar de verdadeiro nascimento para a plenitude; ressurreição eterna. A morte é ponte/passagem para o mistério do Absoluto. Reflexão escatológica nos sinaliza continuidade espaço/tempo para outra vida eterna em sua substância. Quando percebemos que o Centro de nós mesmos não está em nós, mas sim nos outros e em Deus ficamos seguros e tranquilos; tomamos consciência de que vivemos no relativo e pertencemos ao Absoluto, somos aqui e agora, estamos no todo Cósmico, Crístico; pertencemos a todas as coisas criadas e incriadas.
Nossa querida E., noutras instâncias, comunga do Amor Divino que a tudo transcende.
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martha pires ferreira
Rio de Janeiro, 11 de junho de 2010.
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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Boa noite!

Chá de boldo
bom protetor do fígado
poção alquímica de mel
rosquinhas com manteiga.

Depois? Ora, vou ler um pouco

e dormir > a vida é tão simples
disto já estava esquecendo.

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Desenhos livres

"O artista é um ser humano, e é ele mesmo, um pedaço da natureza, no espaço da natureza".
Paul Klee, 1879-1940.
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Animais - desenhos com bico de pena / um com aquarela - 25x30 cm.
2007, 1976 (tapetinho),1970, 1969.
Desenhar é liberdade de expressão >>> e brincar renova as células!
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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Meditação desenhando

Procure um espaço na casa onde haja ambiente de silêncio. Pode ser até na varanda, terraço ou jardim, se houver. Música que traga tranqüilidade é sempre bem vinda. Importante é estar receptiva/o ao exercício simples de desenhar.

A arte já não é privilégio de um pequeno grupo de artistas, nem o dom de uns poucos – verifica-se que todo ser humano é, potencialmente, um criador, um artista, em maior ou menor grau.
No caso do desenho, atividade plástica, basta material básico: papéis tipo canson ou vergé; lápis grafite 4B, 5B ou 6B ou apenas uma caixinha de lápis de cor. Ainda pode ser um estojinho de aquarela, três pinceis de pelos diferentes e um pouco de água num potinho. Lápis cera é outra opção, como o lápis cera oleoso ou bastões de pastel, que exigem mais elaboração no trato.

Claro, uma cadeira confortável e mesa onde possa colocar o material artístico. Tudo bem simples.
Com estes recursos básicos é dada a possibilidade de se fazer milagres na criação artística. É só começar sem receios, críticas ou censuras. Deixar a imaginação se expressar tal qual deseje; interior conduzindo o exterior, nos orientando sutilmente no processo criativo. Caso queira fazer uma paisagem; contemplar a natureza e criar sem pensar, deixar fluir com tranquilidade o que a natureza está nos mostrando.
Desenhar pode ser um estado de oração.
Desenhar é um ato de liberdade.
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Os desenhos abaixo: aquarela, lápis de cor e grafite - realizados em 2007 - 19.5 x 25 cms. Série -Tapetes.
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domingo, 4 de julho de 2010

Filosofia

Heráclito de Éfeso, filósofo da Antiguidade, pré- Socrático, viveu em 504-501 a. C.

Alguns de seus belíssimos Fragmentos:
8 - “Tudo se faz por contraste; da batalha dos contrários nasce a beleza da harmonia”.
10 – “Correlações entre completo e incompleto, concorde e discorde, harmonia e desarmonia,; todas as coisas, um, e do um, todas as coisas”.
41 – “Só uma coisa é sábia: conhecer o pensamento que governa tudo através de tudo”.
54 – “A harmonia invisível é mais vigorosa que a visível”.
59 – “O percurso da espiral sem fim é reto e curvo, é um e o mesmo”.
89 – “Para aqueles que estão em estado de vigília, há um só mundo único e comum”.
101 – “Eu me procurei a mim próprio”.
103 – “Na circunferência, começo e fim coincidem”.
112 – “O bem pensar é a mais alta virtude; e a sabedoria consiste em dizer a verdade e em agir conforme a natureza, escutando a sua voz”.
126 – “O frio torna-se quente, o quente frio, o úmido seco e o seco úmido”.
127 – “O pensamento é universal”.
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Enquanto isso nossos olhos se voltam em comum para a África do Sul!
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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Darel Valença Lins

         

        Um dos mais importantes artistas plásticos, contemporâneo, é sem dúvida Darel Valença Lins / de Pernambuco, Palmares – 1924. Nos anos 50 veio para o Rio de Janeiro e aqui vive. O que é ser contemporâneo? É ser criativo, consciente de sua produção, na atualidade; assim é Darel. Fiel a sua trajetória e ao seu tempo marca presença, com grande produção, na História da Arte brasileira. Alegria para os olhos e para a sensibilidade apreciar suas 120 obras expostas na Caixa Cultural, RJ – Av. Almte. Barroso, 25/centro! A exposição estará aberta até dia 1º de agosto 2010.
      Nesta mostra De Corpo Inteiro, 60 décadas de produção, podemos ver seus maravilhosos desenhos, gravuras e pinturas. Ainda estudos com várias técnicas, cadernos de anotações, ilustrações /aquarelas, em vitrine, numa cuidadosa montagem por temas. Os traços e pinceladas de Darel são de requintada beleza.
           Conhecia pouco o trabalho de Darel Valença e me aproximei dele nos anos 60, depois que retornou da Europa, de seu Prêmio de Viagem. Encantava-me por sua obra; suas gravuras personalíssimas em metal, seus desenhos livres, de técnica apurada. Sua pessoa criadora, inteligente, sua fala culta e instigadora, sua irreverência, sua figura mítica jupteriana sempre sensual, sedutora, maliciosa. Aprecio-o muito como ser humano, pessoa alerta.
        Devo a Darel minha persistência no exercício do desenho por todos estes anos de minha vida, sem me preocupar em me destacar nas Artes Plásticas >>> apenas manter o prazer dos traços a bico de pena, linhas e aquarelas livres quase que sem direção – adágios! Ele me disse: “Desenhe, você já tem o seu traço pessoal” >>> ao ver meus rabiscos em pequenos papéis. Neste ponto foi um mestre do estímulo! E mais, devo a Darel ter conhecido Nise da Silveira, embora Maisa Byington, sua mulher, primeiro, ter me emprestado o livro de Nise; Jung, Vida e Obra, o qual me impressionou profundamente. Foi Darel quem telefonou para a Doutora e disse com voz imperativa: “Nise, está aqui uma pessoa elétrica como você, quando ela pode ir aí levar os desenhos dela para você ver?”. Logo estava eu, numa 4ª feira, Maio de 1968, em casa da Dra. Nise, e naquele mesmo dia compartilhando da sua sabedoria no Grupo de Estudos C. G. Jung - depois com os anos, aprendendo a organizar o meu pensamento, estudar imagens do inconsciente, mitologia, psicologia da esquizofrenia, colaborar em sua obra e sermos amigas para sempre.
       Sou eternamente grata a Darel pelo laço que me fez com Nise. Com o fato de se mudarem de Santa Teresa e com o nascimento de sua filha com a doce Maisa, fomos perdendo os nossos contatos. A vida é assim; um fluxo contínuo. Numa Exposição adquiri sua belíssima gravura - Uma gata II. Viva Darel, criador apaixonado pela poesia, artes plásticas, música, mulheres, cultura, vida! Exposição imperdível!
                                            Martha Pires Ferreira 
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